10 setembro 2012

E depois? O que muda?



Sexta-Feira o "Tenor de Massamá" comunicou à Nação mais medidas de austeridade, uma clara persistência num caminho para o qual não existe qualquer defensor.

Escolheu o momento para o fazer e o momento foi escolhido com tal pormenor que foi escolhido ao minuto. Na verdade, o formoso "Tenor", começou a "cantar" às 19:20h e acabou a sua "música" a poucos minutos do inicio do jogo de futebol da selecção nacional. Foi de tal forma ensaiado que ainda deu tempo para a televisão "pública" passar os seus anúncios.

Alguns ficaram a ver o jogo de futebol, outros perderam a vontade, outros nunca a tiveram, certo é que a estratégia de usar o "opio do povo" para amenizar mais um murro no espirito dos portugueses, é tão obvia que espanta.

Bem sei que a classe politica (Toda), criada e fermentada num casulo de facilidades societárias, habituada a que com o seguidismo virá a estabilidade profissional, atinge tal desfasamento com a vida real que por vezes é difícil entender a sociedade onde se insere. No entanto, a forma como esta comunicação foi feita (falar sobre o conteúdo é despiciendo), deixa claro que este Governo, abrangendo com a palavra o Sr, "Tenor" e respectivo séquito, estão, de facto, convencidos que governam uma população de ignorantes... Na cabeça de quem escolheu o momento, ele foi bom, na realidade, embora haja muita burrice, todos perceberam a enormidade da estratégia. 

Meus caros... entender a sociedade onde se inserem não é ir almoçar ao Centro Comercial, experimentem, ao menos, a diversidade de opiniões e pensamentos rodeando-se de quem tem opinião diferente. Bem sei que vai contra os cânones da criação, contra os ensinamentos do "Cacique Camp", mas tem claras vantagens...

Ainda no mesmo dia, já preparado, escrito e revisto, a página de FB do Sr. "Tenor" postava uma declaração de sofrimento de quem é forçado a fazer o que não quer, mas que não tem alternativa, enaltecendo "...orgulho na coragem dos portugueses...". Infelizmente, como se vê na foto infra, o pesar era "levezinho".





Poucos momentos depois de colocar em mais dificuldades as famílias portuguesas e de lhes transmitir, via conta pessoal de FB, o seu lamento, o Sr. "Tenor", o artista do "trólóló", estava a fazer o que mais gosta, a cantar divertido e contente nos 50 anos de carreira de Paulo de Carvalho.

Dirá um dia "O mundo não se faz de tristezas!" e tem razão, o mundo faz-se de canalhice, de falta de vergonha e de mentira, mas faz-se disso tudo, não porque tenha de ser, mas porque quem tem o poder para fazer diferente, não o faz.


Será que merecemos mais?


Somos nós, ou pelo menos alguns de nós que vamos renovando a nossa esperança de eleição em eleição, entrando no jogo do "agora é que vai ser" e permitindo a manutenção de um
status quo que interessa a apenas alguns. 

Está na hora de pensar "fora da caixa". O status quo só persiste porque nós o permitimos, há décadas que nada muda com o "voto", apenas se renova a esperança de alguns com a mudança de caras e isto não tem a ver com o partido A ou B, tem a ver com um sistema de política que vem das juventudes e acaba no Governo e é transversal a todos os partidos.

A seriedade e a honradez não se ensina em "Caciques Camp." nem em Universidades de Verão, ou se tem, ou não se tem...

"Aim above morality. Be not simply good, be good for something."
Henry David Thoreau


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