“O primeiro passo para atingirmos a sabedoria é reconhecer a nossa própria ignorância!”
Frase de Platão, bebida de sabedoria em Sócrates (O verdadeiro...), ensinamento de vida, toda uma base para o autoconhecimento.
De facto, não é comprando livros de “auto-ajuda”, “auto-conhecimento” que conseguimos melhorar-nos. A verdade é implacável e fácil de absorver… O melhoramento só pode vir de dentro, nunca de fora!
Parece-me claro que a “sabedoria” não é apenas o conhecimento teórico das coisas, como muitas vezes nos “vendem” nos meios de comunicação social.
Tenho para comigo que não é mais sábio um professor catedrático, seja de que cátedra for, do que um qualquer indigente, sem valor aparente para a sociedade.
Na verdade, a fórmula é a do título, da epígrafe supra, quem se questiona mais? Quem dos dois saberá melhor o quanto sabe pouco? Claramente é difícil de responder sem os conhecer... A cátedra na vivência académica vale tão pouco, que nos faz questionar a relevância da mesma!
Este que vos escreve, claramente ignorante e isto sem falsas modéstias, mas como mera decorrência dos poucos anos de vida, passou recentemente por momentos que fizeram perceber o quanto a vida, e as suas tortuosas estradas, pode ser uma fonte de constante reafirmar dessa tal… ignorância!
Aparentemente, e novamente recorrendo ao conhecimento dos “média”, essa fonte de quase-verdade dos dias de hoje, a sabedoria nada tem a ver com a experiência de vida, mas nesta modesta opinião… tem!
Aliás, essa é a “sabedoria”, a verdadeira…
Demonstra-se de forma simples: Só é sábio quem reconhece que é ignorante, só reconhece uma ignorância quem se questiona, só se questiona quem é colocado numa situação de duvida, só é colocado numa situação de dúvida quem passa por experiências de vida. A fórmula é básica e claramente manipulada pelo autor, mas ainda assim, parece verdadeira… será?
Estou convencido que concomitante com esta creio-verdade, é a de que para tudo isto é necessário… Auto-critica!
Se isto é certo, não deixa de ser assustador, o desencontro que existe entre o caminho da sabedoria e o que vemos os nossos colegas de espécie fazer todos os dias… quem já viu um padre duvidar da existência de Deus? Um politico renunciar ao mandato por questionar o seu real papel? etc.
Mas mais importante… um qualquer ser humano, questionar o seu caminho… (certamente os há, não serão é muitos…).
Mais fácil e extremamente confortável é dizer: “Estou no caminho certo!”, ou o clássico “Nem quero saber!”. Ora, não querer saber é pior que não conseguir atingir a sabedoria… não querer saber é querer, intencionalmente ser burro, quer seja academicamente, quer seja em termos de vivência e relação com os outros.
Quero crer que a vida me tem ensinado a ser cada vez menos sobranceiro e cada vez mais humilde. Aceito hoje coisas que não toleraria ontem e, por esta via, sei hoje o que não sabia antes, assim, a passos muito pequenos, mas dados e saboreados, vou percebendo que vale a pena questionar, vale a pena parar e reflectir.
Não é garantia de êxito, mas é garantia de auto-conhecimento e (espero!) da tal …”sabedoria”.
Como dizem aqueles famosos filósofos dos tempos modernos, os Ornatos Violeta, “O meu mal é ver que eu vou bem!” Será sobranceria? Provavelmente. Quem vos escreve é claramente IGNORANTE!
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